'Deu a louca' no urutau? Espécie chama atenção por comportamento em avenida de Campinas

Vídeo mostra urutau pousado em frente a templo religioso de Campinas O curioso dessa história é que o urutau (Nyctibius griseus) não estava em um galho seco...

'Deu a louca' no urutau? Espécie chama atenção por comportamento em avenida de Campinas
'Deu a louca' no urutau? Espécie chama atenção por comportamento em avenida de Campinas (Foto: Reprodução)

Vídeo mostra urutau pousado em frente a templo religioso de Campinas O curioso dessa história é que o urutau (Nyctibius griseus) não estava em um galho seco de árvore, como geralmente a espécie costuma se camuflar nas matas, dessa vez, ele escolheu um lugar baixo, um corrimão de ferro da cor branca, no meio da cidade. Por longas horas, a ave se manteve imóvel no mesmo lugar e talvez os mais distraídos que passavam pela movimentada Avenida Paula Souza, na região Sul de Campinas (SP), nem notaram o discreto animal. Mas quem notou, à primeira vista, pode ter se confundido com uma peça de decoração colocada na estrutura metálica. Urutau foi flagrado em um local onde não está camuflado Cláusio Tavoloni “Às vezes demorava um pouquinho para as pessoas perceberem que era uma ave. Geralmente, passavam olhando para ter certeza e quando notavam que era um urutau, voltavam para tirar uma foto com o celular. Claro, sempre respeitando o bicho”, conta o repórter cinematográfico Cláusio Tavoloni, que fez o flagrante para o TG, depois de receber um registro de um amigo. A cena aconteceu em frente a um templo religioso, e o local onde a espécie migratória parou para descansar foi o que mais chamou a atenção, embora não seja algo incomum. “Nessa época os urutaus podem ser vistos nas cidades, mesmo em fios, postes e placas. Estão voltando de uma longa viagem de migração e, por estarem, muitas vezes param para descansar em qualquer lugar”, explica Thiago Vernaschi, pesquisador e professor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Todo ano, durante a primavera a espécie retorna para o Sul e Sudeste do Brasil, após passar os meses de outono e inverno no Norte do país. Mas fica a pergunta, qual é a eficácia dessa camuflagem, já que a estrutura metálica, não tem a cor semelhante com as penas? Como pode o bicho parar em um local tão visível e fácil de ser predado? Cena ocorreu em frente a um templo religioso, em Campinas (SP) Cláusio Tavoloni As respostas estão relacionadas a um comportamento chamado de mascaramento visual. “É quando um bicho fica imóvel, mesmo estando em um lugar artificial, como por exemplo, um prédio. Se a ave ficar parada por muito tempo, o predador não a identifica como uma presa. Neste caso do corrimão, a camuflagem não surte efeito. Então, acho que podemos considerar a combinação de dois fatores, o cansaço da viagem e essa estratégia de mascaramento”, comenta Vernaschi. O urutau é uma ave que faz migração noturna e quando escolhe um local de descanso a noite, costuma ficar no mesmo lugar até amanhecer o dia. “A espécie só é vista na cidade, quando está perdida, ou, de passagem. No máximo, ela vive em áreas rurais próximas à zona urbana”, comenta o pesquisador. 'Olho mágico' Olho da ave permite enxergar, mesmo sem estar totalmente aberto Cláusio Tavoloni Sempre imóvel e de olhos fechados, mas não se engane. O urutau está atento a tudo que acontece por perto, por causa de uma característica única entre aves conhecida por “olho mágico”. São duas fendas na pálpebra superior, que mesmo com os olhos fechados permitem à espécie observar a movimentação ao redor. Esse sossego do bicho acaba atraindo curiosidade, mas fica sempre a recomendação. “As pessoas podem até se aproximar para fazer fotos, mas nunca usar ‘flash’ para não incomodar e jamais tocar na ave. No mais, é só aproveitar essa sorte de contemplar o momento”, completa Vernaschi. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

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